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Erros eclesiásticos: Fazendo discípulos denominacionais – Por João Paulo Souza


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Continuando a série “Erros Eclesiásticos”, abordaremos a filosofia adotada por algumas igrejas evangélicas de se fazer “seguidores denominacionais”. Esta prática, já percebida e identificada por Jesus e seus discípulos, ainda hoje, como erva daninha em meio à plantação do Senhor, vem produzindo desunião e perturbação em muitos lares cristãos, pois, como sabemos, nem todos os crentes de uma mesma família comungam numa mesma denominação.

Sabemos que as várias denominações cristãs que hoje existem não existiam nos tempos de Jesus. Contudo, podemos identificar, através de alguns textos bíblicos, que o princípio da separação dos cristãos por motivos meramente denominacionais não é respaldado pelas Escrituras, e que essa cosmovisão distorcida acaba produzindo e reproduzindo dentro das igrejas verdadeiros discípulos institucionais, em vez de formar genuínos discípulos de Cristo.

Para compreendermos mais precisamente a precipitação que algumas igrejas – e certamente seus respectivos líderes – cometem em relação ao fazerem discípulos para si, carecemos de definir o significado de discípulo. Para Boyer1, discípulo quer dizer “O que recebe disciplina ou instrução; que segue os conselhos, ou imita os exemplos, de outrem”.

Por seu turno, o dicionário Houais da Língua Portuguesa, dentre várias acepções, define “discípulo” como “seguidor devotado (das ideias, conselho ou exemplo de outro); seguidor convicto (de uma ideia, uma virtude, um ideal etc.)”. Com estas duas definições, podemos alcançar o entendimento de que ser discípulo é estar voltado exclusivamente para a fonte do saber a que se propõe aprender ou seguir. No tocante à Cristo, seus discípulos são pessoas que, piamente, procuram segui-lo sem reservas. E é a partir deste ponto que, facilmente, identificamos o erro eclesiástico de se fazer discípulos para si.

Em nenhum lugar das Escrituras encontramos Jesus deslocando sua autoridade para a igreja. Pelo contrário, Paulo deixou claro que Cristo é a Cabeça da Igreja (Ef 5.23). Ou seja, toda ação positiva que a Igreja (os salvos) realiza na Terra é orientada, fortalecida e confirmada pelo Senhor Jesus. Logo, depreendemos que, quando nos tornamos discípulos denominacionais, a verdade e o poder de Deus não podem habitar em nós (Mt 22.29).

É lamentável que, em nosso meio, ainda exista essa visão reducionista do Reino de Deus. Conhecemos famílias que não vivem perfeitamente em harmonia nos seus lares só porque seus entes não comungam na mesma “placa de igreja”. Sabe por que isso acontece? Porque decidiram ser discípulos denominacionais, e não de Cristo.

Se fossem discípulos de Jesus, haveria liberdade, respeito e comunhão em Cristo na convivência do lar. Em outras palavras, frases como “não posso visitar sua igreja porque meu pastor não deixa”, “não posso tomar a Ceia do Senhor na sua igreja porque não serei bem recebido (a) lá” e “vamos orar para que Deus amoleça o coração dos nossos líderes e quebre essa divisão entre nossas igrejas” não encontram lugar numa casa em que todos os membros são discípulos do Senhor.

Para encontrarmos discípulos denominacionais não precisamos ir longe. Basta acessarmos as redes sociais e verificaremos os tipos de postagens desses seguidores de homens pecadores. Geralmente só postam textos ou frases de efeito de seus líderes e de suas igrejas e/ou vídeos de pregação de seus pregadores institucionais e/ou músicas de seus cantores denominacionais. Sem falar da idolatria pela logomarca de suas igrejas. Prática esta semelhante aos fanáticos por times de futebol.

Que o Senhor Jesus livre-nos dessa prática carnal e diabólica: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35).

1 BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica: dicionário, concordância, chave bíblica, atlas bíblico. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p.171.

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